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BARCELONA ALÉM DE GAUDÍ


Barcelona! Difícil é descrever o quão rica é a capital da Catalunya. Lugar perfeito pra se perder entre os diferentes bairros a sua incrível arquitetura. Ah, a língua aqui é o catalão, um pouco diferente do espanhol, mas quem se vira no portuñol, pode ficar tranquilo! Até porquê o pessoal é super receptivo.

Não estou de férias, aliás, estou em período de provas, porém fiz um intervalo entre os estudos, para visitar a feira de moda Bread and Butter (que merece um post especial, mas fica pra uma outra hora!)

La Pedrera, Casa Batlló, La Sagrada Família... esta cidade é um museu a céu aberto, embora esteja frio, o melhor jeito de conhecer Barcelona é caminhando (e muito!). Pra quem é fã de arquitetura e curte Gaudí, sabe que a cidade é o lugar perfeito para admirar suas obras.

Casa de les Punxes do arquiteto Josep Puig i Cadafalso, Casa Batlló e Casa Mila (La Pedrera) de Antoni Gaudí

Já que é uma viagem para "fins educativos", aproveitei e conheci vários museus, dentre eles o museu do Salvador Dali e o do Picasso. No museu do Dalí estão obras, esculturas e fotos de sua trajetória ao lado de Gala Dalí. Um dos símbolos mais famosos do surrealismo e da obra de Dali (A persistência da memória) o relógio derretido encontra-se em versão pendurada em um cabide dourado, simbolizando a liquidez do tempo. Fico pensando, se em 1931 Salvador Dali questionava sobre os "tempos líquidos" em uma época em que não havia internet, redes sociais e outras facilidades, o que será que ele retrataria hoje? E outra, na época em que Dali refletia essas questões, Bauman, o autor de Modernidade Líquida, ainda era um bebê!

Um pouco das fachadas dos prédios e o famoso relógio mole (Watch Coat Rack, 1971)

No bairro Gótico, na parte da cidade chamada de "Ciutat Vella”, fica o museu de Pablo Picasso. O museu está inserido dentro de cinco palácios em estilo gótico do século XIII.

Bom, no museu não tinha nenhuma obra inédita, já que a obra mais impressionante, que me marcou foi Guernica, e essa se encontra no Museu Reina Sofia, em Madrid, e tive a felicidade de ver ao vivo. Além disso não podia fotografar no interior do museu.

O ponto forte do museu são os sketchbooks do artista, espalhados pelo museu, demonstrando seu processo criativo. Me chamou a atenção os estudos que ele fazia, os quadros que pintava no início de sua vida artística, até porquê eu achava, inocentemente, que Picasso representava as figuras cubistas e disformes porque não tinha grandes habilidades artísticas.. Só que na verdade, ele era excelente retratista, seu pai era professor de desenho e desde pequeno foi incentivado pela família a seguir a carreira artística, mais tarde, estudou Belas Artes e fazia obras tradicionais como natureza morta, paisagens e retratos. O bacana do museu é isso, ver a evolução do artista e suas experimentações (geniais!) e estudos que provam que é necessário dominar a técnica para criar algo novo.

Fotos do interior do museu retiradas do site oficial

Bom, mas como o foco aqui é moda, vestuário e afins, vou contar um pouco sobre o Museu Tèxtil I d'Indumentària... Não consegui tirar foto de tudo, pois não dava pra usar flash e algumas imagens ficaram péssimas, mas o acervo é um espetáculo composto por máquinas de costuras, teares, jóias e acessórios, tecidos brocados e roupas de vários períodos como Gótico e Renascimento.

A emoção maior foi ver os sapatos, feitos em tecidos como a seda com brocados e ornamentados com flores, super delicados! Na época não exista formas de sapatos, então se observarmos de perto, esses sapatos lindos eram extremamente desconfortáveis.

Outro espaço era dedicado aos acessórios das damas, então tinha uma variada coleção de Reticules, aquelas bolsinhas do século XVIII, que serviam para guardar objetos diversos ou ainda, colocavam sachês perfumados para exalar um aroma agradável ao redor de quem usava, já que naquela época os problemas com a higiene eram caóticos!

Sapatos em seda e a "it bag" que as damas carregavam na época

Uma parte da exposição era dedicada aos espartilhos e crinolinas, com vários tipos de armações que foram variando de acordo com a moda de cada período. Tinha também um expositor inteiro com bonecas e suas roupinhas do período Art Noveau, confeccionadas em tafetá e até em tecidos brocados. Interessante é que essas bonecas usavam roupas e "roupas de baixo" de acordo com a moda vigente.

A coleção é bem completa, pois tem peças que variam do Século XIII até o Século XX, com André Courrèges, Paco Rabanne, Pierre Cardin e principalmente Cristóbal Balenciaga, que como estilista foi destaque na história da moda, sendo considerado o arquiteto da Alta-Costura, por sua precisão na forma de costurar e modelar. Dizem que era um verdadeiro "sastre" desde que nasceu, pois conhecia as técnicas de costura como ninguém. É possível ver croquis e diversas criações do estilista exposastas. Vale a pena reservar um tempo para ir conhecer com calma, observando cada peça, sua história e seus detalhes. É uma valiosa aula de história para os apaixonados por moda!

Botinha tipo "ankle boot", Crinolina e um look de Paco Rabanne, feito com plastic em metal, febre nos anos 1960!

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