Já começo com um spoiler para dizer que este texto não é sobre "os gregos e romanos usavam roupas feitas na moulage e prendiam por broches" e o rebanho não tem relação nenhuma com fibras de lã.
Hoje nem era dia de postar aqui no blog, mas a ideia de vir aqui correndo escrever esse post foi graças a uma citação que li na Newsletter do André Carvalhal, autor do famoso livro "A Moda imita a vida".
Na news, ele cita duas frases de Sêneca, filósofo nascido por volta de 4 a.C., e é extremamente atemporal em seus ensinamentos, tanto é que o livro "Um café com Sêneca" é um dos mais vendidos na Amazon.
Mas enfim, acho que de qualquer forma todo mundo já ouviu falar em Sêneca, seja através dos estudos na escola, ou sobre filosofia estoica, Sêneca é sempre muito mencionado.
E sempre que me deparo com alguma citação dele fico impactada de alguma forma, é uma citação que caí como uma luva, ou como uma roupa sob medida!
Mas não quero apenas compartilhar a citação, eu preciso desenvolver mais essa reflexão com vocês:
“Nada devemos evitar mais do que seguimos ao modo gado que vai atrás do rebanho que já passou. O bem não está no que agrada à maioria: a multidão é a prova do que há de pior.”
Essa citação cabe para tantos acontecimentos e situações que presenciamos, mas a que eu posso trazer para você aqui, em um blog que fala sobre moda e educação, é sobre o que eu venho falando, principalmente quando cheguei a "ensaiar" a minha newsletter: Certas habilidades estão se perdendo e ninguém está olhando e falando sobre isso.
Ou se estão, como é o caso de influenciadores que ensinam técnicas, é de uma forma superficial, com facilidades e atalhos. Lembre-se: não existe atalho! Assim como na dieta, em um treino ou na vida, não existem atalhos. E se fosse algo fácil, todos fariam.
Então vamos olhar para onde todos estão olhando e fazendo o caminho contrário? Sim, parece contraintuitivo, mas acredita em mim, não é!
E justamente por de alguma forma ter nascido ou desenvolvido um pensamento assim ainda nova, eu consegui certas oportunidades por ter alguma habilidade ou conhecimento que a grande parte das pessoas não tinham.
Foi assim na escola, na faculdade, na carreira e aqui nas redes. Eu falo muito sobre isso nos cursos e mentorias, principalmente quando falo sobre portfólio e posicionamento de carreira. Você não é todo mundo e não precisa ser.
Faça o que te agrada e que vem de encontro com a TUA essência e personalidade. Não se traia indo atrás dos outros. Seja fiel a si, aceite suas diferenças e trabalhe no que você gosta e que faz o seu coração feliz. Me empolguei, parece papo de coaching, mas eu realmente acredito nisso e de certa forma foi graças a esse pensamento e conjunto de ações que tive oportunidades incríveis na minha vida e na minha carreira.
Continuo agindo da mesma forma, furando a bolha, pois se esse pensamento lá atrás deu certo, com foco e determinação continuarei colhendo frutos. Isso é quase um mantra pra mim e um exemplo disso? O fato de eu ter optado por trabalhar no digital de forma mais lenta e investir tempo e dinheiro em um doutorado.
Você conhece alguém da mesma área que eu no mercado digital, no nicho da costura e modelagem que faz um doutorado, em um momento único que passamos onde os cursos universitários estão se tornando irrelevantes, muitos estão fechando, professores com mestrado e doutorado sendo demitidos e eu deixando de atender as mentorias para me dedicar aos estudos? Totalmente direção oposta, certo? Então, é justamente aí que eu vejo a oportunidade, onde não tem ninguém olhando.
Da mesma forma a moulage quando estudei na universidade: A oportunidade estava lá para todos os alunos, todos os meus colegas fizeram a disciplina, alguns também fizeram cursos de especialização e workshops, mas quase ninguém seguiu usando a técnica. Todos seguiram na modelagem plana, evoluindo para a modelagem digital, até que em um momento a modelagem digital evolua para a modelagem "inteligente", graças à inteligência artificial e os modelistas fiquem sem emprego em um futuro não tão distante.
E a moulage? Precisaria de um robô com habilidades humanas para fazer, tal qual o doce antigo com receita da avó, que depende do cozimento certo, da união do tacho, fogão a lenha, colher de pau e claro, do ponto correto que é identificado graças aos sentidos e experiência e isso te garanto, nenhum robô tão cedo reproduzirá, assim como o dece caseiro.
Se você já fez moulage sabe muito bem o que estou falando: O toque do tecido determina o quanto você deve puxar ou não. Isso depende de mão para mão, de tecido para tecido. São habilidades que vamos construindo e trabalhando de forma inconsciente enquanto manipulamos o tecido. Eu te ensino a técnica, mas as sutilizas, o momento certo de alfinetar, dar piques ou esticar o tecido, isso é você que vai dominando.
Eu poderia ficar horas escrevendo e se você me acompanha aqui ou nos stories sabe que eu realmente prezo, acredito, defendo com unhas e dentes e principalmente prático: o estudo, a leitura, o desenvolvimento das minhas habilidades manuais e criativas... e incentivo vocês a fazerem o mesmo.
São habilidades e conhecimentos que demoram para serem adquiridos, precisam de tempo, dedicação e esforço.
E como eu disse que eram duas citações, me despeço com a última e que nem precisa de reflexões sobre, pois já escrevi um pouco sobre nas linhas acima:
“Para buscarmos algo que é bom não na aparência, mas sólido, constante e mais belo por dentro: devemos desenterrá-lo.”