Esses dias escrevi um post falando sobre o livro "What They Didn’t Teach You In Fashion School" e levei um puxão de orelha de uma seguidora lá pelo instagram. Ela disse que já conhecia o livro e ficou desapontada com o fato do post ser curtinho, então vou caprichar aqui, compartilhando alguns insights, começando pelo primeiro capítulo.
Infelizmente, eu não consigo parar e ler o livro completo agora, estou no meio de uma outra leitura e ainda divido o tempo dos livros físicos com os audiobooks, mas acredito que escrevendo aos poucos, insights por capítulos, eu consiga trazer o conteúdo relevante pra vocês!
O primeiro insight importante e que também vem de encontro com o que eu falo nas aulas ao vivo, principalmente nesta última, é você entender que precisar estar SEMPRE estudando caso pense em trabalhar com moda.
A moda é uma atividade multidisciplinar que envolve técnica, estratégia e como diz o autor, até o mindset correto para trabalhar e além disso precisa estar constantemente trabalhando de forma criativa. É um desafio equilibrar tudo e por experiencia própria, o que nos faz querer estar nesse meio é o amor pelo design. Ah, importante salientar, eu ia dizer o amor pela moda, mas moda tem vários significados, e o que o autor trabalha é o ponto de vista do designer, então vou usar esse termo, ok?
"Aprender a desapegar deveria ser ensinado antes de aprender a ganhar."
Essa citação de Ray Bradbury está nas primeiras páginas do livro e o autor também comenta que nada que está no livro deve ser encarado como uma única verdade. Concordo e sempre explico isso também, não existe uma fórmula para um designer de moda, o que se aplica a determinado profissional pode não se aplicar ao outro, isso se aplica a profissão como num todo.
Ele também fala que é importante ver a profissão com uma perspectiva diferente, em um momento refletir sob o ponto de vista do empregado, depois do empregador. Por isso eu também acredito e sempre falo o quão importante é ser empregado antes de empreender. Precisamos ter essa experiência para sermos bons gestores, entender como é a "cabeça do funcionário" e isso só aprenderemos quando formos subordinados à alguém. Tive essa experiência inúmeras vezes e isso me ajuda muito a refletir quando preciso atuar como gestora de algum projeto.
INDÚSTRIA
O ponto chave aqui neste post é a questão da indústria, e eu tive a benção de conhecer primeiro a realidade da indústria através da empresa dos meus pais e depois da faculdade. Com isso passei a entender que são mundos completamente diferentes, tanto é que quando estava na faculdade de moda ficava ansiosa com o fato de não ensinarem temas relacionados ao business, ou seja o negócio da moda em si, o que é necessário não só para quem quer empreender, mas para o designer que deseja atuar em uma grande empresa. É necessário ter uma visão corporativa sobre as coisas se você trabalha com criação.
Ainda sobre criação, o autor cita a diferença entre criar algo dentro do ambiente acadêmico e criar algo dentro da indústria. São atividades completamente diferentes, principalmente se você está criando para alguém, ou melhor, resolvendo problemas em nome de outras pessoas.
O processo de criação dentro da indústria implica conhecer o sistema na qual ela está inserida e as responsabilidades que você deve ter e o entendimento de que dependendo da situação precisará desapegar do seu estilo pessoal ou até seus valores, quando o seu chefe pede para você copiar algum produto que já existe. Esse é só um exemplo de situações que passei e poderia ficar aqui horas descrevendo as diferenças, porém são várias as situações, e é importante você ter consciência disso, por isso é importante transitar entre os dois ambientes enquanto você estuda.
Ele também fala que nem todos tem um perfil para atuar em um ambiente corporativo de uma grande marca. E como você vai saber se tem o perfil ou não? Simples, faça estágios.
E aí compartilhando a minha experiência, eu tenho o coração muito tranquilo da minha escolha de me dedicar à educação. Eu cresci dentro da indústria e entendia que por mais experiência que tivesse, a empresa era dos meus pais e eles atuavam em um único nicho. Então na faculdade me expus aos mais diferentes nichos e produtos que pude: sapatos, malharia, moda feminina, moda masculina. Trabalhei em empresas com todo o tipo de estrutura: pequena, média e até multinacional.
Isso me deu bagagem e poder de escolha para saber o que se adapta ao meu estilo. Trabalhar em uma empresa familiar é uma experiência completamente informal, trabalhei em uma grande empresa nacionalmente conhecida e que a estrutura era toda familiar, e estar lá dentro com o olhar de funcionário me ajudou a ver muitas coisas que atrapalhavam o funcionamento da mesma.
Também tive uma experiência muito interessante em uma marca, cuja dona era a "faz tudo", do administrativo ao estilo, ela ajudava no desenvolvimento das coleções, fazia pesquisas de viagem e era sua própria musa e até corpo de prova. O que no fim era um problema, pois ela estava envelhecendo, já não tinha o mesmo corpo de antes e suas criações já não poderiam ser modeladas com base no corpo dela, afinal o público-alvo dela era outro...
Essas entre tantas outras experiências me proporcionaram um olhar e um conhecimento que nenhum livro ou faculdade teria sido capaz de transmitir. São as vivências que nos auxiliam a crescer e nos dão maturidade.
E voltando ao livro, o autor também sugere que caso você não se encaixe no sistema, uma forma de atuar na indústria é como profissional freelancer, que atualmente percebo que é um nicho que está evoluindo muito no Brasil e principalmente nas indústrias criativas.
O próximo capítulo é sobre como buscar um emprego na área, então eu espero que tenha gostado destes insights e que eles contribuam de alguma forma para você! Não esqueça de me dar um feedback lá no instagram!
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