Livrarias, sebos e bibliotecas são lugares obrigatórios nos meus roteiros de viagem, especialmente em Paris, conhecida por ser o paraíso para os amantes da literatura e da cultura de forma geral, a cidade é uma espécie de santuário dos sebos e livrarias.
Os franceses são um povo que valorizam a leitura e de acordo com uma pesquisa realizada em 2022, eles leem em média 21 livros por ano!
Essa forte cultura da leitura está enraizada na educação francesa. Desde a escola, as crianças têm acesso a uma grande variedade de literatura francesa clássica. Isso ajuda a criar um senso de identidade nacional e a familiarizar as crianças com a cultura nacional. Outro fator que contribui para a importância da leitura na França é a presença de centros culturais, como a Sorbonne e os famosos cafés e brasseries: Café de Flore, Les Deux Magots e Brasserie Lipp, por exemplo. Esses locais foram frequentados por alguns dos maiores escritores do mundo, como Ernest Hemingway, Saint-Exupéry, Albert Camus entre outros. Tanto é que ao longo da história, Paris foi uma cidade que inspirou escritores e artistas de todo o mundo. A cidade é rica em cultura e história, e oferece uma atmosfera inspiradora para a escrita.
Antigamente era algo lindo de ver as pessoas lendo na rua, ou seja, antes do fenômeno das redes sociais era nítido observar onde quer que fosse, principalmente em transportes públicos como ônibus e metros, mas infelizmente os livros foram trocados pelos smartphones, porém ainda assim Paris é uma cidade que valoriza a leitura.
São vários os locais para quem quer garimpar livros exclusivos, pois até nos mercados de pulgas é possível encontrar obras interessantes, como já contei aqui.
E além dos sebos tradicionais e mercados de pulgas, existem alguns refúgios literário bem peculiares, conhecidos como bouquinistes, que são essas banquinhas pitorescas que ficam ao longo das margens do Sena, oferecendo uma experiência única para quem busca tesouros literários.
Agora vamos de história e curiosidades: O termo bouquiniste deriva da palavra "bouquin", que significa livro, na verdade, é um derivado da palavra flamenca "boeckin" que significa livro de pouco valor.
As barracas dos bouquinistes são reconhecidas como Patrimônio Mundial pela UNESCO e integram a paisagem charmosa ao longo do Rio Sena. É impossível resistir ao charme dessas caixas verdes repletas de livros, selos e gravuras, que carregam consigo uma rica história, afinal eles estão presentes desde1859, quando a Câmara Municipal concede permissão para a instalação dos bouquinistes em lugares fixos e, em 1930, o tamanho dessas caixas passou a ser padronizado em 8 metros de comprimento. Atualmente, tudo é administrado e fiscalizado pela Prefeitura de Paris.
A grande vantagem é que esse cenário parece saído de um filme, tornando a experiência única, com cerca de 3 km de barraquinhas compostas por livros antigos ou contemporâneos e gravuras.
Além das bouquinistes, um dos sebos mais famosos é o Shakespeare and Company, situado nas proximidades da Catedral de Notre-Dame. Embora seja mais conhecido como uma livraria independente, o ambiente aconchegante da loja atrai visitantes em busca de novas descobertas literárias. O cheiro característico de livros antigos flutua no ar, criando uma atmosfera nostálgica e acolhedora. Infelizmente essa não é a famosa livraria da década de 1920.
E se você leu "Paris é uma Festa" de Hemingway, provavelmente notou que ele costumava visitar a Shakespeare and Company para pegar livros em inglês. Localizada na Rue de l'Odéon e fundada por Sylvia Beach, essa livraria desempenhou um papel crucial no cenário literário, reunindo figuras como Ezra Pound, Gertrude Stein e Scott Fitzgerald. Além disso, a rua onde a livraria ficava foi a primeira em Paris a ter calçadas e bueiros. Até hoje, mantém casas e lojas encantadoras, algumas datadas do século XVIII. Infelizmente a antiga livraria foi fechada na época da ocupação nazista e então a Shakespeare and Company que existe hoje é uma homenagem à antiga livraria. E para mim continua sendo um lugar emocionante!
Agora se você quiser ver os lançamentos atuais de moda, sugiro visitar a FNAC na Saint-Lazare. Precisei comprar um livro específico de moulage e fui até lá buscar.
Ela fica praticamente na frente da Gare Saint-Lazare, que é a Primeira estação edificada em Paris, quando foi inaugura em 1837.
E além dessas opções que citei neste post, as livrarias dos museus de moda, que já listei nos posts anteriores.
Espero que você tenha gostado dessas dicas e curiosidades sobre os sebos. Esse é um dos meus temas preferidos e estou ansiosa para novas descobertas literárias durante esta temporada e claro que escreverei tudo aqui no blog para compartilhar com vocês!
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